O árbitro bejense Luís Lameira e dois dirigentes desportivos começaram a ser julgados esta segunda-feira, 26, na Madeira, por suspeita de prática de corrupção no desporto.
De acordo com o processo a decorrer no Tribunal de Santa Cruz, a Luís Lameira é imputado um crime de corrupção passiva no fenómeno desportivo.
Já o empresário madeirense António Henriques (ex-vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol) e o antigo vogal do mesmo órgão António Azevedo Duarte foram acusados pelo Ministério Público (MP) da prática de um crime de corrupção activa no fenómeno desportivo.
Em causa está o jogo disputado a 25 de Abril de 2004, entre a Associação Desportiva de Machico e o Atlético Clube da Malveira, a contar para a Série E do campeonato nacional da 3ª divisão, que teve como resultado um empate a uma bola.
Segundo a acusação, António Henriques, que já foi detido no âmbito do “Apito Dourado”, terá desenvolvido influências no sentido de beneficiar a equipa de Machico, tendo contactado o árbitro Luís Lameira, a quem terá oferecido como contrapartida a sua subida à segunda categoria.
Adianta o MP que o árbitro concordou com a proposta, pelo que António Henriques entrou em contacto com Azevedo Duarte, responsável pela nomeação de árbitros, para que fosse seleccionado para o jogo na Madeira.
O julgamento decorreu sem a presença dos arguidos, por a juíza Isabel Almeida considerar "não ser imprescindível" para começar a audiência, mas o tribunal teve de nomear defensores oficiosos, visto que os mandatários de António Azevedo Duarte e de Luís Lameira não compareceram à audiência.
O tribunal começou a ouvir as sete testemunhas arroladas neste processo, algumas das quais através de vídeo-conferência, tendo o primeiro depoimento sido prestado pelo árbitro António Pardal, elemento da equipa de Luís Lameira, desde o Tribunal de Beja.
A testemunha declarou que "a arbitragem do jogo (Machico/Malveira) foi normal", considerando que não houve "tentativa de beneficiar qualquer das equipas".
António Pardal admitiu que António Henriques contactou por telefone Luís Lameira, tendo informado que arbitraria o jogo na Madeira, o que achou "estranho", mas, apontou, visto que o jogo se realizaria na semana seguinte "não daria tempo, por via postal", para informar a equipa de arbitragem.
A testemunha considerou ainda "ser normal os árbitros sofrerem várias pressões" e até "ameaças", situações que costumam constar dos relatórios dos jogos.
O advogado de António Henriques, Nuno Brandão, questionando a testemunha sobre o contacto telefónico mantido com Luís Lameira, mencionou que na semana deste jogo António Henriques foi detido no âmbito do ‘Apito Dourado’.
A juíza deste processo referiu que eventualmente decorrerá uma nova sessão da audiência do julgamento a 9 de Junho.
@CorreioAlentejo.com
5 Comentários
Este senhor devia era ser julgado pelos crimes de corrupção que fez no futebol distrital. Mas aqui as coisas passam impunes...
ResponderEliminarVERGONHOSO como este senhor ainda vê os seus bolsos alimentados com o dinheiro dos clubes!
Luis
ResponderEliminarEste é um daqueles que não engana ninguém, deveria estar preso.
Já sabia desta história e no meio dos árbitros de Beja todos nós sabemos como ele é, tenho pena que ele pertença a esta familia.
ResponderEliminaranjinho
EliminarPena é deixarem indivíduos menores escreverem o que querem sem se identificarem. Pois eu como hobby também sou árbitro. Se for provado que existe culpa os culpados deverão responder por isso. Agora se as pessoas estiverem inocentes?? Como é? Não se deve jogar pedras ao ar, algumas poderão lhes acertar.
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