1- Fale-nos um pouco de si, da sua ligação ao desporto e como surgiu a ocasião de se tornar presidente do GDC Baronia?
Chamo-me Joaquim Fernandes, tenho 41 anos, e tal como qualquer outro filho da terra, em miúdo também eu fui atleta do clube, por motivos profissionais tive 8 anos a viver fora de Vila Nova da Baronia, acompanhando a vida do clube como podia, quando em 2005 regressei à terra foi com grande tristeza que me deparei com o clube sem direção e claro sem qualquer atividade, este clube que tinha muito mais condições que outros que eu conheci pela minha passagem profissional por varias terras. Foi nessa altura que em conversas com alguns amigos como Miguel Carvalho e Jorge Santos, pensamos em convocar uma Assembleia Geral com os sócios, para propormos a reatividade do Grupo Desportivo e Cultural Baronia. Nessa Assembleia juntaram-se a nós outros sócios e “filhos da terra”, que ainda hoje pertencem aos órgãos sociais do clube, e reativamos o clube, sempre com a ideia de um clube de Futsal, visto ser está uma modalidade em desenvolvimento e da na terra termos atletas de valor, em 2006 surgiu também a seção de cicloturismo assim com a Ginástica de manutenção, as quais ainda hoje se mantém em função.
As épocas no nacional são sempre épocas complicadas para nós, não a nível financeiro ou de infra-estruturas porque para isso o clube está preparado, mas porque a nível competitivo ainda existe, pese embora seja menor, diferença entre as equipas de Setúbal, Algarve e Lisboa e a nossa. Aquilo que temos constatado ao longo dos anos é que nos momentos decisivos a maior competitividade e experiência na modalidade faz a diferença, se reportarmos isto para o distrital é precisamente isto que tem feito a diferença nos momentos decisivos entre nós e os demais adversários. A falta de formação de base nos nossos jogadores apesar de alguns terem alguns anos na competição nota-se em vários aspectos do jogo.
Este ano sabíamos que não iriamos ter qualquer hipótese uma vez que desciam 11 equipas então a nossa meta era para além de dignificarmos o nosso distrito seria alcançar o maior número de pontos possíveis. A primeira parte do campeonato não nos correu bem, a equipa em alguns jogos nos momentos decisivos não conseguiu garantir pontos, lembro-me do jogo com o Leceia, com o Atlético, com o Louletano, com o Farense, com a AD Quinta do Conde, com o Miratejo, jogos onde poderíamos ter pontuado mas não conseguimos. Na segunda volta tudo foi diferente a equipa encontrou-se e fizemos uma segunda volta de bom nível tendo terminado o campeonato com uma vitória perante a AD Quinta do Conde por 4-1. O balanço acaba por ser positivo uma vez que deixamos mais uma vez uma boa imagem, acabamos por bater pontualmente a nossa melhor pontuação e conseguimos lançar alguns jovens jogadores na primeira equipa que nos dá uma perspectiva de futuro muito positiva.
O GDC Baronia apresentou esta temporada dois escalões de formação a participação nos campeonato da AF Évora. No escalão de juniores venceu o campeonato e o torneio de abertura e consequente participação na Taça Nacional de Juniores. Como analisa a prestação de ambas as equipas?
A formação foi sempre uma meta para a secção de futsal. Não é fácil no nosso concelho formar equipas pois a competição com o futebol de 11 ou 7 pela matéria-prima é real e acaba geralmente sempre por nos causar prejuízo. Pese embora este ponto prévio nunca baixamos os braços e há 4 épocas que temos formação. Começamos pelos juvenis em 2010/11, em 2011/12 iniciados e juvenis, 2012/13 juvenis e esta época infantis e juniores.
Quando iniciamos a época, mais uma vez no distrito de Évora uma vez que no nosso distrito não se consegue fazer formação uma vez que os clubes não formam equipas, o nosso objectivo era competir e formar atletas nos juniores para entrarem no plantel sénior e nos infantis para iniciação à modalidade. Se nos infantis a equipa não conseguiu em termos competitivos nada de significativo em termos de formação podemos dizer que foi muito positivo, notou-se uma evolução grande nos jovens atletas que nos dá alento a seguir em frente e prova que estamos no caminho certo. Os juniores correu tudo pelo melhor, com conquista de títulos e a surpresa da participação na Taça Nacional com o prémio de recebermos o Benfica. Foi muito positiva esta experiência onde aprendemos muito. Globalmente a nossa época nos escalões de formação foi muito positiva.
4- A descida aos distritais a nível sénior esta certa devido ao reajustamento dos campeonatos nacionais. Como vê o regresso aos distritais?
Bem o regresso ao campeonato distrital começou a ser preparado já nesta temporada de nacional, uma vez como referi atrás sabíamos que não teríamos hipóteses de garantir a subida à 2ª divisão e nesse sentido o regresso ao distrital seria uma realidade. Não vamos por isso para a próxima época fugir das nossas responsabilidades, sabemos que pela nossa história na modalidade e por aquilo que representamos a nível distrital faz de nós à partida um candidato à conquista das provas onde iremos participar, mas nada mais que isso uma vez que será dentro da quadra que teremos que mostrar esses argumentos. O campeonato ano após ano está mais competitivo e para o ano tenho a certeza que será ainda mais, existem equipas com grande capacidade e qualidade sendo por isso que a nós só nos resta fazer o nosso trabalho, com muita humildade respeitando todos os adversários e intervenientes e no final esperamos que o melhor vença, se formos nós ficaremos muito felizes senão estaremos cá para cumprimentar o vencedor.
5- A aposta na formação é para continuar nas próximas temporadas?
O nosso projecto é claro e não vamos sair deste nosso caminho, sabemos que não é fácil como já referi a matéria-prima é pouca, o futebol de 11 e 7 no nosso meio ainda ganha ao futsal, mas acreditamos em nós e
vamos com certeza para o ano continuar com a formação. Aliás o escalão de juniores é certo que teremos, e é muito possível que possamos ter ainda juvenis. Gostaríamos de ter ainda iniciados mas neste escalão e nos de base as coisas são mais complicadas a nível de atletas pelo que não sabemos ainda o que irá acontecer.
6- Quais os planos do clube para as próximas temporadas?
O nosso projecto é claro e a nossa ideia é continuar a construí-lo sempre com muita tranquilidade, com um passo de cada vez para não hipotecarmos o mesmo por qualquer erro que a precipitação em queremos avançar a todo o custo pode trazer. A nível do futsal sénior vamos continuar a dar todas as condições as nossos atletas para se sentirem bem aqui, apesar de muitos dizerem o contrário, o nosso clube não paga a qualquer atleta nem a treinadores, a nossa aposta é em ter condições de treino, médicas e logísticas para que possamos dar todo o conforto a quem representa o nosso clube. Pese embora as condições a nível da formação serem idênticas, ainda existe aqui muito que podemos fazer e é neste sector que pretendemos trabalhar mais dando mais e melhores condições.
7- Como analisa o estado do futsal a nível distrital?
Bem o futsal distrital tem de ser visto de vários prismas. Na nossa opinião embora tenha existido um aumento de equipas e consequentemente trazido com isso mais competição, o facto é que ainda existe muito para fazer. Desde logo a nível federativo, pese embora haja um dirigente para o futsal a verdade é que sozinho não consegue nem tem feito muito para melhorar o nosso distrital. Existem muitas pessoas dentro da modalidade nos mais variados clubes com ideias positivas e nesse sentido a associação deveria criar de uma vez por todas uma secção para futsal como existe noutras associações e ai com maior frequência debater a problemática da modalidade no nosso distrito. Não vemos a associação ir junto das populações e explicar e debater lá a modalidade, os cursos de treinadores não existem nem em parceria com outra associação nem sozinha, a nível da formação criar espaço para que existam equipas, em Évora por exemplo as equipas que participam no futebol de 11 podem entrar no campeonato de futsal é certo que não é o desejado mas o facto é que todos os anos existem miúdos que querem o futsal, que tem competição devido a isto, olharem para o futsal no desporto escolar e chamarem-no para dentro da competição em colaboração com clubes foi assim que o nosso clube começou na formação e vários clubes pelo país inteiro começaram com a formação. Aliás a associação criou já selecções jovens o facto é que é um passo importante, mas não existe formação no distrito logo é precipitar as coisas no nosso entender, com as mudanças a nível competitivo quem for campeão e quiser subir aos nacionais terá de ter escalões de formação, não sei como é que a nível distrital se vai debater e tratar este problema. Existem muitas coisas que se podem fazer em prol da modalidade que uma pessoa sozinha longe dos clubes sem debater as coisas e ainda com os dirigentes associativos a olharem para o futsal como o parente pobre do futebol de 11 as coisas não podem nem vão melhorar. O certo é que o GDC Baronia está e estará sempre disponível para trabalhar em prol da modalidade sempre que for necessário e chamado isso.
8- Deixe uma mensagem aos adeptos do GDC Baronia e ao site.
Aos sócios, adeptos e simpatizantes do GDC Baronia dizer que podem continuar a acreditar no nosso projecto com a certeza que tudo faremos para que sintam orgulho de pertencerem à família do GDC Baronia. A vós agradecer-lhes a esta oportunidade e desejar com continuem com o bom trabalho em prol do desporto no distrito de Beja e que no que toca ao futsal que continuem a olhar para a modalidade como importante para o nosso distrito.
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