Ricardo Katchana jogou pelo Beira-Mar em 2006 e 2017 |
No cartão de cidadão é Ricardo Felisberto, mas no mundo do futebol é conhecido por Katchana. Natural de Almodôvar, despontou em clubes como Castrense e Mineiro Aljustrelense antes de dar o salto para o Beira-Mar. Em Aveiro sagrou-se campeão da II Liga, foi orientado por Augusto Inácio e companheiro de equipa de Mário Jardel.
KATCHANA - Sim é verdade, decidi retirar-me. Neste momento resido na Suíça e jogo apenas a nível amador, numa equipa chamada Association Portugaise de Genève, apenas pelo prazer e para matar o bichinho, claro.
Apareceu a oportunidade e decidi, juntamente com a minha família, que seria bom para nós.
Essa alcunha surgiu através de um amigo do meu pai, mas nunca conseguimos descobrir a origem, mas é certo que ficou desde bem pequeno.
Creio que aos meus sete anos entrou com naturalidade. Eu gostava de jogar e tinha paixão pelo jogo, então digamos que foi normal.
Guardamos sempre boas recordações nos escalões juvenis, acabamos por fazer amigos para a vida.
“O Mineiro Aljustrelense é um clube especial, com uma mística incrível”
Em 2004-05 estreia-se nos campeonatos nacionais com a camisola do Mineiro Aljustrelense, clube ao qual haveria de voltar em 2007 para se sagrar campeão da Série F da III Divisão e subir à II Divisão. Que balanço faz das suas passagens por Aljustrel e que significado teve o emblema tricolor para a sua carreira?
O Mineiro é um clube especial, com uma mística incrível. Teve grande significado, porque foi o clube que me abriu algumas portas. O balanço é claramente positivo, vivi coisas incríveis com a camisola tricolor.Em primeiro lugar são geográficas, com enormes deslocações, dificuldade em contratar atletas com qualidade, daí resultarem as dificuldades em conseguirem manter-se nos campeonatos nacionais. Acho que também a falta de investimento nos clubes do Alentejo torna difícil aos mesmos chegarem às ligas profissionais.
O fechado Augusto Inácio e o bem-disposto Mário Jardel
Tive alguma dificuldade em adaptar-me, foi um salto enorme na carreira e não estava preparado.
Foi uma mudança boa, por motivos positivos. A cidade de Aveiro é lindíssima.
Em relação ao mister Inácio não deu para conhecer muito, porque é uma pessoa algo fechada, mas foi uma boa aprendizagem com ele. O super Mário é uma pessoa muito bem-disposta e um ser humano de excelência.
O mister Inácio adorava terminar os treinos com os grandes golos do Jardel. Sempre que fazíamos uma pelada, o Jardel fazia um bom golo e depois o mister acabava com o treino.
Posso dizer que sim.
“Mafra é um grande clube, com um grande presidente”
No verão de 2009 rumou ao Mafra. O que achou do clube e do mister Chiquinho Carlos? Tem alguma história com ele? Surpreende-o emblema de a zona saloia estar a afirmar-se na II Liga?
Mais um grande clube que tive o prazer de representar, e pelo qual guardo enorme carinho. O Mister Chiquinho, é talvez a pessoa mais humilde que conheci no futebol, sempre a aconselhar os mais novos. Não me surpreende nada as boas épocas do Mafra, é um grande clube, com um grande presidente.Surgiu através de um empresário, mas infelizmente as coisas não correram muito bem. Não foi difícil a adaptação, porque até são um povo bastante acolhedor, um pouco à nossa imagem. O difícil é a distância da família...
“Vivi momentos fantásticos no Recreio de Águeda”
Regressou a Portugal em 2014, para representar o Recreio de Águeda, tendo conquistado cinco troféus ao serviço dos Galos do Botaréu, então nos distritais de Aveiro. Foram as suas melhores épocas? Que memórias guarda do clube?
Sim, é verdade, foram duas épocas e meia fantásticas, com muitos troféus coletivos e individuais. Posso dizer que vivi momentos fantásticos.
Estava a precisar de algo mais aliciante na carreira e decidi ir para o Anadia. Acabámos por fazer um grande campeonato, mas não atingimos os objetivos que tínhamos traçado, ir ao playoffs de subida, e acabámos por ficar a um ponto do objetivo. Mas o balanço é positivo, claramente.
“O Beira-Mar é clube grandioso, a sua história fala por si”
Apesar da boa temporada no Anadia, em 2017-18 voltou aos distritais da AF Aveiro e dividiu a época entre Beira-Mar e Pampilhosa, clubes que já tinha representado cerca de uma década antes. Que diferenças encontrou em ambos relativamente às suas primeiras passagens pelos clubes?
Uma enorme diferença pela positiva no caso do Pampilhosa. O Beira-Mar com muito menos força do que àquela que tinha, mas sempre um clube grandioso, a sua história fala por si.Sim foi o meu último clube, o clube da terra, um clube que me recebeu bem e que tive muito prazer em representar.
Gostei desta zona do país, criei algumas raízes e decidi ficar.
Guarda-redes: Manuel Gama
Lateral direito: Ricardo
Defesa central: Fábio Barros
Defesa central: Alcaráz
Lateral esquerdo: Joãozinho
Médio defensivo: Diakité
Médio centro: Daniel fontes
Médio centro: Labarthe
Extremo direito: Roma
Extremo esquerdo: Rui Lima
Ponta de lança: Mário Jardel
O treinador que mais me marcou foi o Augusto Semedo, nas épocas do Recreio de Águeda. É um grande treinador e um grande homem.
Retirado: "O blog do David" https://davidjosepereira.blogspot.com/
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